segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Timfa e seu off convidado Ilustre onipresente.

O Timfa (Tim Festival_edição 2008) no Rio de Janeiro em comparação com as edições em São Paulo sempre foram melhores em termos de organização de palco e área de convivência, infra-estrutura em si. Mas em relação aos horários, estes sim são pontos comuns nas cidades onde o Timfa se instala, ou seja, atrasos considerados de 1 hora ou mais. Mas relevando os atrasos e que não chuveu este ano o Timfa teve um saldo positivo com um convidado não oficial, e que para mim foi o melhor do festival.
Sexta dia 24:
O
Kanye West ok...tirando a cenografia que parece que foi ele mesmo que projetou, simples mas feia. Um telão gigante atrás imponente, contando uma história de como se ele estivesse perdido no espaço em um outro planeta e contando com ajuda do computador de bordo e sua sensualíssima voz, estou falando de "Jane"; e lá pelo meio do show, em um dado momento um monstro minhoca me lembrou dos filmes Trash de ficção-científica dos anos 60, entra no palco e numa atuação de teatro de "úrtima catigoria" do Mrs. West, o engole. O que acontece é que se o Kanye West não tivesse uma produção de Hip Hop no nível que ele tem, o seu espetáculo seria um pastelão, assim, com um cenário digno dos filmes dos Trapalhões mais a sua péssima atuação. Vale resaltar! Mesmo que o cara tenha levado uma banda de 13 músicos, ele se apresenta sozinho no palco, representando assim um ser solitário na imensidão do Espaço Sideral. Alguém disse Ego? Uhm! Mas o rapaz tem mérito de levar o Hip Hop atual ao universo Pop da música mundial.Tem que ter Culhones para se apresentar sozinho em um palco espaçoso e algumas centenas ou milhares de pessoas te olhando.
No outro palco Ponte Brooklyn:
A não tão nova banda The National fez um show bacana para quem já está na estrada a mais de dez anos; uma simbiose de Arcade Fire + R.E.M + Joy Division com um astral de que ganhou no "Jogo do Bicho". Tirando os problemas técnicos do palco (som) onde na sequência o esperado MGMT(Management) iria sofrer piores consequências com o som, o The National fez um show empolgante, aprovado. Já o MGMT desde o começo do seu show prog-nu-hippie-rock teve um problema técnico que perdurou o show inteiro, que em certo momento nem o baixista suportava mais e resolveu mexer em todos os seus cabos. Um problema simples de aterramento; a fase de alguma direct-box que poderia ter sido resolvido em segundos...mas sinceramente não vi nenhum técnico de palco do festival tomar alguma iniciativa. A não ser o próprio roadie da banda, igual a uma barata-tonta. Os nova-iorquinos do MGMT mesmo com estes imprevistos fizeram um show como se nada estivesse acontecendo. Um show que divide a opnião, por ser arrastado e com momentos de pura jam-psychodelic-noise mas que a simpatia do vocalista Andy VanWyngarden e a paciência de Ben Goldwasser, cativam a platéia e conduz com elegância até ao final da apresentação. Shows que não agradam a todos me interessam, por que existe aí um indício de má interpretação, ou simplesmente uma parte do show esteja à frente de seu tempo. Mas voltando ao show, exatamente na música "Electric Feel" começou para mim o Timfa quando Sean Tillmann entrou no palco e engrossou cantando do refrão até o final com sua dancinha típica e trê-jeitos tirados dos anos 70. Afinal que é Sean Tillmann?
Sábado dia 25:
No Main Stage e com a desistência da banda de Beth Ditto (The Gossip) os gauleses e californianos do Neon Neon foram os primeiros a subir no palco por volta das 22hs e 15min. Um "atrasozinho" de 40 min. Se no estúdio, eles se resumem a dupla Gruff Rhys (do Super Furry Animals) e Boom Bip (um produtor de hip hop), ao vivo, eles ganham como banda, cujo destaque fica para Cate LeBon, no baixo, teclados, charme e feminilidade.
Neon Neon_ I lust U (music video).
Neon Neon - I Lust U



Mas o centro das atenções foi o próximo presidente dos EUA, Sean Tillmann, também conhecido como Har Mar Superstar. Quemiiiinnn?

"Anunciado por Rhys (Neon Neon) como o homem que vai vencer as eleições americanas, no lugar de Obama e McCain, o gordinho que sustenta os cabelos grandes (Mullet/namora) que apesar da pouca quantidade no cocuruto, arrebentou cantando até de cabeça para baixo e vestindo mangas douradas com lantejoulas e camisa do Menudo. Resumindo! Har Mar Superstar que atualmente está participando dos shows do Neon Neon roubou a cena praticamente mesmo não sendo um artista oficial do Festival.

Har Mar Superstar possui 3 discos Har Mar Superstar(2000) / You Can Feel Me (2002) e The Handler (2004). Ele foi responsável por abrir os shows do Incubus e The Strokes em sua última tour norte-americana. E em 2007 ele estava abrindo os shows do Red Hot Chili Peppers em sua tour australiana. Ah! Seu nome artístico é uma homenagem ao shopping de sua cidade natal, Roseville (Minnesota), Har Mar Mall.

O figurassa aí se assemelha muito ao ex-ator pornô Ron Jeremy. Nada mais apropriado que esta comparação, pois o show do Har Mar é todo paltado em sensualidade a flor-da-pele; uma imagem assim de Canastrão, sabe cumé? As músicas são foda; um misto de Steve Wonder + Jamiroquai + Jackson Five. Do "alto" dos seus 1,60m Har Mar Superstar apavora. Aconteceu!

HAR MAR SUPERSTAR_ Na sequência os clips: Power Lunch / Body Request / Ez Pass.

Por ele valeu a surpresa no Timfa, descontando a má qualidade sonora dos palcos.

Ele anda abocanhando algumas campanhas publicitárias que tem a ver com seu estilo de vida: Vodka / Glamour trash / Desodorantes que atraem as mulheres...

Overdose de Har Mar Superstar. Over! Almost...

"Se a galera do Neon Neon usou um vestuário datado, os meninos do Klaxons adotaram umas camisas mais soltas no corpo, que, com a fumaça e as luzes, davam um efeito interessante e um clima etéreo, beirando a androgínia...que eu achei chiquérrimo, combina com a imagem que eles querem passar. O baterista contratado me lembrou muito o Martin Gore (Depeche Mode) novinho.

Eles subiram ao palco por volta das 23h40 e adentraram a madrugada de domingo até quase a meia-noite e meia, quando, num final apoteótico, Har Mar voltou junto com o Gorky (Bonde do Rolê), para cantar “For horseman of 2012”, que também fecha o álbum “Myths of the Near Future”, de cuecas...sua marca registrada, of course.

Virei fan do Har Mar. Por este motivo que eu falo que é imprecindível estar ao vivo nos festivais. Voltando aos Klaxons...que fizeram um show redondasso, e por incrível que pareça conseguiram extrair uma sonzeira do P.A.(competência) e que me deixou satisfeitíssimo por que era o show que eu mais aguardava no sábado, fora o Paul Weller que foi cancelado.

O Junior Boys fizeram um show pista/dancefloor, bacana, mas a antipatia do vocalista mais o péssimo som que vinha dos Subwoofers avacalhou tudo. Desencanei na terceira música e saí para ver os outros palcos!

Os Database também foram prejudicados pela má qualidade dos P.A´s do palco Fest. Onde se apresentou o Sany Pitbull junto com o Leandro HBL para encerrar o festival. O set do Sany não emplaca em um palco alto e grande. Ele fez praticamente o mesmo set aqui em BH. A diferença é que quando você o vê tocando, o set ganha outra dimensão. Vale à pena ver a sua idéia de recorte e criatividade atuando com uma AKAI MPC 5000. Vale lembrar que o Sany é um bom Dj e radialista à 20 anos; este cara está na raiz do Funk Carioca. Ele é atualmente o responsável de unir o Funk da sua área (morro do Cantagalo) ao Rock e Pop mundial.

Mas infelizmente eu perdi a apresentação do Dan Deacon. Mierda! O inglês Dj Yoda "que é descrito como o Dj Shadow com humor" me prendeu com o seu set imagem interação. O cara arraza tanto musicalmente como Vj. O seus recortes são memoráveis; passando do Hip Hop (Grand Master Flash / Run Dmc) ao Rock do AC/DC com R´n´B de Marvin Gaye e os Simpsons a Olivia Newton-John indo parar ao Funk do Bonde usando dois DVJ Pioneer. É um set que ao mesmo tempo você dança e se diverte. Imperdível! É tipo um set que você diria: Puta que lá Mierda! Suei.


Quando eu acionei o meu amigo Garrel já era tarde demais e perdemos o impagável Dan Deacon. Uma pena lastimável! Mas valeu... por que nem tudo é lucro "bitchu". Mas não me perdôo pelo vacilo das horas. Isto é que dá quando tudo se atrasa.

Epa! Esqueci de falar do show dos cariocas, ou melhor, dos ucranianos Gogol Bordello. Assisti. Foi massa. That´s it! ( A banda parece uma receita digna de Tim Maia. Tipo: comer feijoada com sorvete. Explicando: a banda tem um baixista dub / um guitarrista indie / um violinista Jethro Tull / um baterista axé e duas dançarinas do funk. E o próprio cigano encarnado). O show tem uma vibe bacana, mas que não me pega. Nem pelo pé, nem pelo ouvido e muito menos pelo estômago.

por: Aniston/nest_outubro_2008.


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