quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Cine Monkeys (The Bubble).

Acabei de chegar do Cine Belas-Artes.

Passei cedo na bilheteira do cinema por volta das 19hs, comprei meu ingresso e me direcionei para o aniversário do Luciano Augusto(Velvet Club) no T.G.I Fridays para lhe dar um abraço, pois a sessão começaria somente às 21hs. Feito isto, relax!

Para minha surpresa na volta ao cinema, a sala onde seria exibida a sessão tinha sido transferida de lugar pela quantidade de ingressos vendidos. Ou seja, passou de uma minúscula sala 3 para a principal sala 1 que possui o dobro de lugares. Vale ressaltar que o cartaz ainda não tinha chegado a tempo até a hora da sessão programada. Por tanto, todos presentes eram fans ou estavam por causa de uma outra mídia. A faixa etária variava de 20 anos a 32 anos. Confesso que eu esperava mais uma "molekada". Fiquei surpreendido e depois explico.

Todas as músicas tinham a letra como legenda, e foi inevitável que os mais ardorosos não cantassem juntos. Se o som do cinema fosse um pouco mais alto a única situação que ficou faltando foi ficar de pé, porque gritar e aplaudir já estava ficando básico e divertido.

Analisando a película: Por ter sido filmado em 16mm a qualidade da imagem é incrível plasticamente. O posicionamento das câmeras e o áudio captado foram as duas características que mais me chamaram à atenção. Logo após a 1ª música "Brainstorm" percebe-se que o que vc está escutando é o mesmo áudio que está indo para os "inears"(retorno auricular) dos quatros garotos de Sheffield. O som que vem da platéia vaza muito pouco, somente entre as músicas quando o microfone o capta. Por estas características a sensação que você tem é que você está no palco junto com a banda naquele momento, naquele show; uma sensação de permanência sem incomodar ou mesmo tocando de alguma forma junto com os caras. É uma noção de tempo e espaço dentro dos show dos Arctic Monkeys, uma noção de trabalho entre as 1h e 16min de fita. A proposta de você se sentir dentro da "Bolha" da banda é notável e interessante.

Uma certa vez alguém falou que os shows poderiam ser transmitidos ao vivo para várias cidades em salas de cinema. Ah! Lembrei. Foi por causa da recusa do Radiohead de fazer longas tournês, evitando assim o uso extensivo de aviões; os maiores causadores de emissão de gases poluentes na atmosfera do planeta. E olha que o Alex Turner até tira um sarro, na hora que ele fala para a platéia que a causa de tantas câmeras naquele show era que eles estavam sendo transmitidos ao vivo para o centro de Berlin. (Humor inglês) "O melhor e a cara que ele faz de costas para o público".

Vai ver que o Arctic Monkeys já seja o pioneiro em Cinema Show. Tá! Tem o Rolling Stones (Shine a Light /2008) do Scorcese, mas não é a mesma coisa. Porque? Por que foram dois shows para a gravação; e reza a lenda que Mrs. Jagger tesourou bastante a edição final. Tem Beatles, Led...Enfim! Estou falando dos Monkeys. (Não confunda com os Monkees da série de Tv americana dos anos 60).

Tá aí! O Alex Turner tem uma viagem fortíssima com os anos 60. Diga seu projeto The Last Shadow Puppets; mais anos 60 e Mod, impossível.

A abertura deste filme show registrado em Manchester se assemelha muito ao projeto gráfico de Saul Bass, que foi o responsável por vários projetos gráficos na década de 60 para o inegualável Alfred Hitchcock (Psycho/Vertigo /Rear Window...). Bom, sem falar nas referências musicais desta época. Você pode identificar claramente no som dos Monkeys: The Animals / Kinks...até mesmo os The Monkees. Os Arctic Monkeys citam somente o The Jam, que foi formada em 1976, como uma banda antiga que os influenciaram, mas as bandas aí acima citadas estão no DNA da memória genética destes rapazes.

Evidentemente que temos de guardar as devidas proporções se formos comparar a estas bandas citadas acima. Estamos em uma outra época, outra sociedade, outra economia, outro século, outra viagem. Levando em conta a nossa situação atual, os Arctic Monkeys são o reflexo, um espelhamento do mundo atual; rápido, ríspido, energético, sem meias-palavras, confuso como um adolescente. Por este motivo de transferência que me surpreendeu, quando eu olhei a sala do cinema ocupada com pessoas não tão novas e da minha geração. Acho que um outro público começou a entender que o Arctic Monkeys não é somente uma banda passageira gerada pelo myspace. Alex Turner possue uma raiz de referências muito aprofundada. Você tem o direito de não gostar, mas dia-menos-dia você terá que parar para prestar atenção.


Nota 1: "O terceiro disco de estúdio dos Arctic Monkeys vai ser «mais psicodélico» do que os anteriores registos. Quem o garante é o produtor do novo álbum, James Ford (Simian Mobile Disco), que depois de «Favourite Worst Nightmare», em 2007, volta a trabalhar com os quatro rapazes de Sheffield. " A psicodélia está tomando outro formato; se liga!"


Nota 2: "Segundo o NME, o norte-americano e os ingleses vão trabalhar juntos num projecto ainda sem destino certo: as músicas produzidas por Josh Hommes poderão ser usadas num futuro álbum dos Arctic Monkeys, ou apenas num single.Certo é o desejo de os Arctic Monkeys mudarem a forma como vêm trabalhando: "Eles querem rodear-se de coisas que sejam o oposto daquilo que são as suas origens e daquilo a que estão habituados", explica Josh Homme, citado pelo NME."Penso que vamos começar por fazer uma ou duas músicas. Sem pressão. A ideia é fazermos uma coisa de que eles gostam tanto, que toda a gente possa gostar também", afirma o mentor dos Queens of the Stone Age.


Nota 3: "Alex Turner vai publicar o seu primeiro conto em versão spoken-word.
"A Choise of Three" ("Três à Escolha").
O conto audível será editado numa compilação intitulada "Late Night Tales" onde já participaram nomes dos Belle & Sebastian e Flaming Lips.


Esta música dos Animals (It´s my Life) se acelerar um tanto...






A voz do Alex em alguns momentos lembra bastante a voz do Eric Burdon. A música se chama:" San Francisco Nights".






Agora esta música do The Jam que eu amo: "That´s Entertainment". Só prá constar!






por: Aniston/nest_outubro_2008.

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